Por mais que
os evitemos, estão por aí,
Onipresentes,
espalhando a impaciência,
A raiva, a
revolta por existirem.
Não temos
como nos livrar. Grudaram,
Colaram-se,
aderiram em cada um de nós,
Como sarna
ou caspa, suor sobre a pele.
Se ligamos
os rádios, eis postas suas vozes,
Em lengas
lengas e desculpas, justificativas
Para o
injustificável, lama a mais no charco
Que
edificaram e administram.
Diante da
tevê, eis as mesmas caras e ares,
As mesmas
máscaras de decência
Escondendo
faces cruéis de pilhagem,
Manobras
ilícitas, todo o próprio ao opróbrio
Que não os
atinge, porque imunes à desonra
Os já
desonrados, prostitutas em pose de donzelas.
Nos jornais,
eles de novo e de novo cínicos,
Conjugando o
verbo roubar
Em todos os
tempos e modos,
Com a
naturalidade das manhãs de sol.
Se nos
mercados, infiltram-se em nós,
Fazendo
morada em carrinhos e bolsas,
Fazendo-as mais
leves por conta dos impostos,
Das taxas e
multas que os sustentam.
Nas escolas,
as mesmas caras nas lições;
Nas igrejas,
o culto à indiferença a eles.
No nordeste
brasileiro o adjetivo abestalhado
Sinonima
parvo, retardado mental, engraçado.
Não é desses
que falo, mas de outros abestalhados.
Dos que não
lembram as bestas de pastos,
Simplórias,
ignaras, ignorantes.
Falo das
bestas do apocalipse,
Dos nossos
governantes.
Francisco
Costa
Rio,
07/06/2013.
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