domingo, 2 de junho de 2013

NA DÚVIDA...

Não sei se é amor, ainda não sei.
Pergunto-me, e nas ações mais simples
Imagino possibilidades
De que não fossem assim.

Há qualquer coisa de diferente,
Um impulso indefinido que norteia,
Lembranças de antigos versos,
Velhas canções... Nostalgia e vazio.

Súbito surpreendo-me incompleto,
E o estar só de ontem
Se grita ser sozinho, hoje.

Olho minhas mãos e elas estão vazias,
Reclamando complemento.
Meu corpo, até então ocupado por mim,
Ficou baldio, esperando ocupação.

Há ainda essa malemolência doce
De amanheceres campestres,
Andorinhas no alpendre,
Violas em acordes, dedilhar de pianos,
Redondilhas parnasianas.

Não sei se é amor, ainda não sei,
Mas por vias das dúvidas
Vou varrer a casa,
Quero causar boa impressão.

Começo por sacudir os tapetes
E espanar o coração.

Francisco Costa

Rio, 21/05/2013.

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