Você, que
declama
“eu amo
longe a miragem”, mente.
Atordoado em
tédio, meio morto,
Você está
reduzido à produção,
Sonhando-se
nau ao largo, longe,
Sem saber
das âncoras fundeando.
Você, que
declama
“de tudo ao
meu amor serei atento”, mente.
Perdido em
atenções outras, menores,
Você
contabiliza instantes poucos
Porque se
esvaindo no que não permanece,
Passa, como
passaram verões
Sem que você
tivesse prendido o sol.
Você, que
declama
“Pai, afasta
de mim esse cálice”, mente.
Não declama.
Reclama.
Francisco
Costa
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