domingo, 2 de junho de 2013

COITO NO MATO

Na madrugada roubar o lírio mais claro
E da lua o brilho pálido, esmaecido,
E salpicar tudo com estrelas.

Sair em busca de vagalumes,
Apartar sons de grilos e sapos,
Localizar a brisa entre as folhas.

Com palha e plumas construir um ninho
E contaminá-lo com odores de rosas,
Sabores de anis e hortelã, textura de mel.

E então tomá-la pelas mãos e, entre
Ternuras e beijos, alisamentos, despi-la
Pétala a pétala até só restar o miolo,
Arquitetura de carne e músculos
Ornamentando a madrugada.

Só então fecundar o poema,
Para que o dia amanheça
Prenhe de promessas,
Numa explosão de luz.

Francisco Costa

Rio, 29/05/2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário