sábado, 8 de junho de 2013

Agora, despossuído de qualquer predicado,
Nu, como na minha hora primeira,
Perambulo os labirintos da razão, sóbrio
Como um inseto empapado em néctar,
Em sonhos e luz, espaço, sem se dar conta
De que ele é detalhe a mais, só acidente,
E não sujeito da tarde morna, obrigatória.

Não lembro do que fui, das referências,
Deferências, dos títulos que me apartaram
Do que sou, esse acidente na tarde morna,
Dedilhando a ausência da razão em tudo,
Reduzindo-me à minha essência, mudo,
Um inseto empapado em versos, em sonhos,
Luz, espaço... Digitando o que a curiosidade
Jamais saberá, porque não dos insetos,
Mas da essência das tardes.

Francisco Costa

Rio, 06/06/2013.

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