Já não estou aqui,

Viajo longe agora,

Em paragens desconhecidas,

Onde o sentimento é a linguagem

E límpidas cascatas de sonhos

Molham meus pés cansados,

Calçados com decepções.

Há pássaros e promessas,

Inflamada e solar ansiedade

De frutos a serem colhidos.

Eles se prometem sumarentos

E doces, prontos ao paladar.

Alheio e mudo observo

A manhã se tecendo em versos.

Migrado de mim, assisto-me

Promessa de dias novos

Impressionando poemas.

A moça não tardará a chegar,

Trazendo seus olhos de apagar

Tristezas e inaugurar sorrisos.

Encolhido e quieto, espero.

Francisco Costa

Rio, 12/09/2013.