domingo, 1 de setembro de 2013

ODE ÀS FÊMEAS DA ESPÉCIE

Súbito elas se surpreendem úmidas
Contaminadas com a água do desejo,
Molhadas de sal e sol, pingando
Vontades nascidas de dentro.

De repente põem-se em vigilância,
Atentas, num levante dos sentidos.

Já não são as que eram a pouco,
Reduzidas a só instintos, vontades,
Urgências de sedição posta refeição.

Nos seus olhares escorre em brilho
O que não pode ser dito, só sentido,
Fêmeas assumidas e presas em corpos
Que latejam ânsia, e escorrem, melífluos,
Temperados com o que se quer agora.

Faz primavera, estação propícia
Para que as mulheres desabrochem
E semeiem mais poemas em mim.

Aturdido, como se primeira vez,
Quedo-me, encantado e tonto,
Entre a poesia feita de letras
E poemas feitos de carne.

Francisco Costa

Rio, 01/09/2013.

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