Súbito elas
se surpreendem úmidas
Contaminadas
com a água do desejo,
Molhadas de
sal e sol, pingando
Vontades
nascidas de dentro.
De repente
põem-se em vigilância,
Atentas, num
levante dos sentidos.
Já não são as
que eram a pouco,
Reduzidas a
só instintos, vontades,
Urgências de
sedição posta refeição.
Nos seus
olhares escorre em brilho
O que não
pode ser dito, só sentido,
Fêmeas
assumidas e presas em corpos
Que latejam
ânsia, e escorrem, melífluos,
Temperados
com o que se quer agora.
Faz
primavera, estação propícia
Para que as
mulheres desabrochem
E semeiem
mais poemas em mim.
Aturdido,
como se primeira vez,
Quedo-me,
encantado e tonto,
Entre a
poesia feita de letras
E poemas
feitos de carne.
Francisco
Costa
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