Em torrente
contínua, aos borbotões
Os versos
vêm chegando, sem que eu
Os possa
controlar, insistentes radicais
Querendo-se
palavras postas no papel.
As vezes
penso que estou enlouquecido,
Preso de
ideia única, atividade monótona
Que se
repete costumeira e insistente,
Reduzindo-me
a frenética digitação.
Que
desígnios me impuseram os deuses
Das
palavras, as divindades dos signos,
As
potestades das ideias versificadas?
Passivo e
impotente, quase escravo
Do que me
exige combatente em prontidão,
Assisto a
vida escorrendo em minhas mãos
Para pingar,
ordenada em versos,
Sobre a luz
que se reflete no papel.
Essa a minha
missão, tourear palavras,
Ordenhar
palavras, pastorear palavras,
Até o meu
dia último, quando imóvel,
Distante da
escrita, estarei reduzido
A ser só as
minhas palavras dispersas
No mundo que
foi meu, também.
Francisco Costa
Rio,
01/09/2013.
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