Interrompo-me
agora
Precariedade
ostentando carências.
Quero-me
outro, o que não sonha,
O prático, o
de acesso a tudo pelo cheque,
O que dorme
nas madrugadas
E não sabe
mais do que o que ouve.
Quero-me
calmo, discreto, bem comportado,
Contando
tempo para a fila da previdência,
Entre
buzinas e patrões, algemas e fumaça.
Não me quero
mais esse que me habita,
Inconformado
e rebelde, ditando dúvidas
E
ambicionando o que nasce em partos de dor.
Chega de
interlúdios em discursos mortos,
Ansiedade de
afogado em estertores de ar,
Maledicência
no oratório dos pudicos e sãos.
Que se
inaugure em mim a sanidade social,
Para que eu
possa ir para a igreja
E aposentar
os versos.
Francisco
Costa
Rio,
25/09/2013.
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