sábado, 28 de setembro de 2013

Imagino-te nua,
Vestida apenas de ternura,
Reinaugurando a juventude em nós.

Viveríamos uma mentira
Porque não se pode só ternura
O que lateja desejo e posse.

Virias vestida de roupas outras,
Em trajes de pronta ao ato:
Animalidade de fêmea mal contida,
Desempenho de temporal em curso,
Entrega radical de criança ao sono,
Entre beijos e mordidas, orgasmos
Postos em ostentação explícita
Ao que se quer urgente e já.

E meus olhos, inúteis porque cegos,
Não veriam tuas roupas, abstratas
Embalagens da ternura compartilhada.

Aliás, diante de ti eu só veria a ti
E mais nada.

Francisco Costa

Rio, 19/09/2013.

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