Em que te
blindas,
Escondes a
própria fragilidade?
Em verdades
prontas e que se encaixam,
Na
continuidade do que está posto
Porque a
mudança implica em se modificar?
Em doutrinas
onde deuses sofrem por ti
Ou que tuas
fragilidades se justifiquem
Como preço
compulsório de livrar-se delas?
Em ficar
sempre do lado do mais forte
Porque
julgando-os muitos
Estarás com
a fragilidade camuflada, despercebida?
Em viagens
químicas que te blindam etéreo,
Na suprema
ilusão de fazer aço o que é só fumaça?
Na recusa da
dissidência, na insistência
De uma
inocência que não tens
Porque te
sabes fraco, impróprio à resistência?
Abandona a
tua armadura, os moinhos são de vento.
Mais que uma
diferença de letras, é testemunho
E
testamento: blindar não é brindar.
O homem não
nasceu para blindagens,
Nasceu para
o sol, o céu, o ar.
Só livre da
concha o molusco se permite ao mar.
No dia em
que aprendermos todos a brindar
Nenhum de
nós precisará mais se blindar.
Francisco
Costa
Rio,
02/09/2013.
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