sábado, 28 de setembro de 2013

OVELHA NEGRA

Ovelha negra,
Olhas para a esquerda
Quando todos olham para a direita,
E avanças quando recuam,
Voando enquanto marcham,
Marola de não no oceano do sim.

Ovelha negra,
Mordes o proibido, degustas
O veneno da acomodação e do tédio,
Para regurgitar coisas novas,
Tintura manchando o rebanho.

Ovelha negra,
Garimpas o cascalho dos dias
Na busca de minérios insuspeitados,
Amanheceres de novos sóis
E estrelas novas, esculpidas
No que não habita no rebanho.

Ovelha negra,
Contramão no trânsito da acomodação:
Fulgura em ti a certeza de que a cerca
É só limite, não impedimento,
E que do outro lado verdeja exuberante
Um mundo de ideias novas. 

Ovelha negra,
Tua cor é gravidez, gestação
De dias novos e melhores,
De homem novo e diferente
Formando-se em teu útero.

Francisco Costa

Rio, 27/09/2013.

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