sábado, 14 de setembro de 2013

Hoje, exatamente hoje,
A quarenta anos atrás,
Na terra de Neruda.
Violeta Parra e Vitor Jara,
A civilização cristã, branca,
Ocidental, impediu
O perigo socialista.

Mataram um médico,
Erigiram um general.
Seguiu-se o escuro tenebroso
Das prisões arbitrárias,
Da tortura, da morte.

Malditos sejam todos aqueles que,
Com a pretensão e o desejo
De nos salvar do afogamento
Nos mergulham no oceano.

Salvador Allende vive, está vivo
Em cada peito prisioneiro da liberdade,
Em cada consciência compartilhada,
Onde houver alguém com fome
De comida e justiça.

No panteon do execrável,
Do que se quer imundo
E evitável, Augusto Pinochet fede
Como fedem todos os assassinos.

Mártires são combustível do adiante.
Tiranos, só avarias temporárias
No motor da história.

Francisco Costa

Rio, 11/09/2013.

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