sábado, 28 de setembro de 2013

RAMOS DE ROSAS

Não, não choremos a morte do poeta,
É absurdo e contraditório,
Não se chora o nascimento de estrelas.

O que chamaremos de silêncio, aqui,
Lacuna de palavras e sentimentos,
Mais adiante se inaugura luz e volta
Encarnado inspiração ditando versos.

No anonimato do nosso não saber
Poetas que estiveram aqui  nos velam
E assistem quando, compenetrados,
Pensando-nos sós, atentamos a eles.

O que parece estranho e absurdo
Foi só o acréscimo de uma partícula.
Onde se lia Ramos Rosa, leia-se
Ramos de Rosas, a nos inspirar.

Morte de poeta é promoção,
O deixar de ser gente
Para tornar-se inspiração.

Francisco Costa

Rio, 23/09/2013.

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