sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Agora navego canções,
Vivo-me intenso em cada canção,
Punhais sonoros em funcionamento,
Rasgando carne e memória, sentimentos,
Em acordes que insistem no tempo,
Interditando-me a mim mesmo
Displicente, habitando no outrora.

Eu não me queria assim, moço cansado
Espelhado em sons, momentâneos
Fixadores de momentos que não pensei
Um dia doerem  tanto, a ponto
De não mais me saber aqui, mas em voo
Distante, colhendo matéria para lágrimas.

Agora, só vertedouro de choro,
Enxugo-me em versos pela metade.
A outra ficou presa nas canções.

Francisco Costa

Rio, 14/09/2013.

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