Eu poderia
postar uma flor
E em pétalas
e cores
Celebrar a
poesia, anunciar
Que a beleza
existe
E nos habita
parcial, mutilada.
Poderia
postar a foto do meu filho,
Continuidade
dos meus quereres,
Dos meus
precisos, de mim mesmo
Tateando a
realidade, menino
Inocente do
que me esperava.
Postar um
pássaro, talvez, plumas
Em reflexão
do sol, anunciando
O que se
permite às retinas em luz
Raptada do
instante para se eternizar
Em nós,
olhos atentos ao que lucila vida.
Postar uma
paisagem? Um versículo
Extraído do
texto, reinterpretado,
Dito pelas
minhas próprias conveniências?
Mas não,
menino. Uso o meu espaço
Para te
anunciar morto, imune
Às flores e
paisagens, aos pássaros,
Reduzido a
uma foto que clama, grita
Às
consciências, como um versículo
Anunciando
trânsito interrompido
No fluxo da
felicidade.
Perdão por
nossas consciências bélicas
E nossas
bombas cristãs.
Francisco
Costa
Rio,
06/09/2013.
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