sábado, 14 de setembro de 2013

Rubro de frustração e raiva,
Com  a indignação do ultrajado,
Assisto o velório da justiça.

Um colegiado passional e raivoso,
Vendedor de liminares e Habeas Corpos
Julgando destinos, reputações,
Direitos de ires e vires, pautados
Por seus interesses mais mesquinhos.

Os mesmos que dão liberdade a mafiosos,
Livra das grades estupradores,
Fratricidas, matadores de aluguel,
Usando dos mesmos critérios mercantis,
Lavram sentença acusatória e definitiva
Sobre adversários políticos, imoralmente
Em culto ao que não se pode moralidade.

Otimista compulsivo, espero paciente
O dia em que a mesma cela abrigará
Os que nos assaltam com revólveres
E os que se servem das canetas e leis
Para interditar o nosso futuro,
Dia em que ladrões de pés descalços
E ladrões togados apodreçam fedorentos
Na vala comum do opróbrio e do exemplo
Para as novas gerações.

A justiça do meu país tem preço,
Transita na tabela de reais e dólares,
Navega num mar chamado corrupção.

Francisco Costa

Rio, 13/09/2013.

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