Procura
porque há em você
Uma porção
rebelde que insiste.
Porque
deixá-la prisioneira,
Com sede de
dar-se a conhecer,
Implorando
que se manifeste
E se
pronuncie não amordaçada?
Sem perceber
que não é completo,
Você se
permite uma parte afogada,
O que lhe
faz parcial, com limites,
Sem exercer
o usofruto do mundo.
São leis,
princípios, dogmas, axiomas,
Verdades
imutáveis, acomodamento
Apoiado em
convicções sem respaldo,
Como
andorinhas bêbadas nas praias.
Porque
esperar que tudo mude
Para só
então seguir a reboque?
Porque
esperar que a negritude tinja
Todas as
ovelhas do seu rebanho
Para só
então se perceber a única branca?
Você não
sabe, mas no mais íntimo,
Lá onde você
não ousa ir,
Por medo ou
acomodamento,
Mora a
insatisfação e a rebeldia.
É aí, justamente
aí, que mora a poesia.
Francisco
Costa
Rio,
23/09/2013.
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