sábado, 28 de setembro de 2013

Flor de primavera que debrua em carne
O jardim em que transforma minha cama:
Acaso não sabes que não nasci para aqui,
Para me fundear como nau em chegada?

É propósito e intenção o navegar sempre,
Vasculhando portos interditos, proibidos,
Escondendo prazeres a serem declarados.

Não nasci para a brisa litorânea, delicada,
Mas sem os atrativos das borrascas, do ar
Em revolta, desafiando naufrágios e morte.

Não! Eu sou o que se quer livre das amarras,
Longe das enseadas, das baías, das restingas
De permanente paz e consolo, acomodação.

E agora... Agora chegas, âncora de desejos
Corrompendo  intenções e vontades, louca,
No desvario de me aposentar, comandante
Ancorado onde pensou nunca chegar.

Francisco Costa

Rio, 20/09/2013.

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