sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Do que se tece a primavera
Senão no que se esconde
Colorido, anunciando novos dias
Só insinuados, orbitando flores?

Em que prato ou bandeja
Se serve, luminosas/iluminadas,
As aromáticas manhãs anunciadas
Em brisas mornas e pássaros baldios?

Para onde vamos, quando,
Incipientes e vestidos de cores,
Nos rendemos vencidos, entregue
A essa conspiração de amores?

Sem primaveras, os anos seriam
Mares sem praias, poemas sem versos,
Uma eternidade de desabrochares
Quentes e entardeceres frios,
Sem o intermédio do equilíbrio
Equilibrado nas asas das fadas.

Bem vinda, primavera!
Reservei-lhe um cantinho
Em meu jardim, na sala, no quarto,
Em mim.

Francisco Costa

Rio, 21/09/2013.

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