Anuncio-vos
que impostura encarnada aqui,
A pouco mais
de meio século,
Há um menino
que se recusa debutar adulto
E penetrar
no mundo dos que sabem tudo.
Meio insano
em seu propósito de entender,
Mais não faz
que sorrir, em todas as gradações:
Risos,
sorrisos, gargalhadas... As vezes comedido,
Mas quase
sempre sem peias e amarras, freios
Diante do
que só se pode risível porque ridículo.
Ri-se dos
que de punhal em punho dizem, sérios,
“não vai
doer” e dos que roubam por engano
E teorizam
tudo com definições exatas e precisas,
Seja porque
deu na televisão ou o pastor falou.
Ri-se do “só
a cabecinha” e do “depois te pago”,
Do “se eu
eleito for” e do “foi Deus que me disse”,
Certo de que
palavras são máscaras de intenções.
Ri-se de si
próprio de caniço e anzol na mão,
Vendo peixes
acenarem longe que não virão,
Esperando
musas acorrentadas no anonimato
E miragens
que, próximas, tornam-se pó.
Sempre na
contramão da sensatez
Mais não faz
do que rir, não aprendeu a chorar.
Como tudo é relativo
e se define no oposto,
Nada
encontrou ainda que não fosse risível,
Por isso não
aprendeu a chorar.
É provável
que aprendendo se sinta feliz.
Francisco
Costa
Rio,
23/09/2013.
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