sábado, 14 de setembro de 2013

Lento, o tempo
Foi me tomando tudo:
Primeiro a inocência e a confiança,
Que me fizeram ver tudo bom e em ordem.

Depois tomou-me a calma para esperar,
Criando oportunidades de ânsia e tédio.

Logo apartou-me da parcimônia,
Da contenção em mim mesmo, só,
Apontando em corpo feminino
Parte que me complementa.

Aí me roubou a liberdade, mostrando
Que ser livre não é relatividade espacial,
Mas cardápio de infinito e variados pratos
Prontos para a insaciedade da gula interior.

Logo roubou-me o brilho dos olhos,
A elasticidade da pele, cabelos, alguns dentes,
Fazendo-me estranho a mim no espelho.

E continua roubando... Quase tudo.

O tempo só não me roubou a esperança.
Mesmo quando eu estiver morrendo,
Na hora da derradeira despedida,
Brilhará ainda em mim a esperança
De que estou partindo para uma nova vida.

Francisco Costa

Rio, 13/09/2013.

Um comentário:

  1. Aii que triste...não, não podes pensar assim! "...E continua roubando... Quase tudo.

    O tempo só não me roubou a esperança...." E que jamais percaremos, simplesmente por sermos filhos Dele, nosso querido Pai, que nos quer felizes...infinitamente, Francisco!! Beijos Poeta amado <3

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