quarta-feira, 12 de junho de 2013

IRMÃ

(A todos os que fizeram da religião,
ideia única)

Grande, ela não cabe em si,
E por não caber se procura.

É certo que já caminhou livros
E soletrou canções, discutiu,
Teorizou... A cata de si, em si.

Por fim, por não se saber não contida
Alienou-se fora, em pura possibilidade,
Na metafísica da moda, em culto
Ao que não sabe, em mão inversa,
Fazendo concretas e reais, palpáveis,
Sensações comuns e coletivas,
De interpretação vária, escravizando.

Talvez um dia ela se saiba mulher
De novo, comum e humana, cotidiana.

Aí, novamente de posse de si,
Entenderá que a suprema metafísica
É entender que “sois deuses”,
Abdicando de buscar fora do mundo
A luz que mora em seus olhos.

Francisco Costa

Rio, 08/06/2013.

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