A QUATRO MÃOS
(Bate papo,
um digita um verso, outro digita outro. Mexe-se, reordena-se, complementam-se
e, interessante, nasceu um poema intermediário, entre Francisco e Margarido, na
estrutura e no vocabulário)
EU
O pensamento
é um palmo,
Cinco dedos enfraquecidos
nas mãos,
Ora tapa,
ora carícia
Que machuca
ou encanta.
Fragilidade,
ossos descaídos nos ombros.
Fortaleza,
fumaça branca presa na cabeça.
Pinta-me a
pele com os sete pecados mortais,
A sangue e
fúria
Ou em doces
beijos melados.
És os cinco
elementos da vida,
Correm por
dentro e sinto por fora.
Incomodam e
maltratam,
Alentam e
acalmam,
Tornam-me
humano.
Quatro
ventos agarrando um abraço,
Somos
forrações mais fortes que leões,
Imunes aos
temporais dos dias,
Vítimas das
paixões.
Um palmo distante,
adiante,
Pés
cansados, nariz arrebitado,
Sou só um
ser em dor,
Mal amado.
Leva-me,
leva-me
Na cara do
vento,
Nas mãos.
Carlos
Margarido/Francisco Costa
Rio,
08/05/2013.
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