Perdoe-me
Vinícius, pelo plágio no título
E a
insistência no mote, mas...
Mulher é
fundamental.
Falta-me a
tua veia poética, aquela sadia
Infecção de
palavras, o ritmo, a exuberância
De tantos e
tão profundos saberes expostos,
Mas também
tenho a minha receitinha:
Mulher tem
que ter assim qualquer coisa leve,
Que flutue
entre a cama e os sonhos,
Muito
ousando, mas sem voar longe,
E trazer
olhares de menina e gestos infantis,
Com a língua
de quem sorve sorvete,
Os incisivos
sempre mordendo os lábios.
Que sendo
menina, dispa-se da infância
Sempre que o
sol se fizer ausência,
E se vista
de mulher, fêmea em exercício
De
despudores e taras, insaciedade
De floradas
na primavera, em permanência
Do que não
se pode outra porque noite,
Enlurada
manifestação de segredos.
Deve trazer
também algum mistério
Para que
decifrador de incógnitas
Eu me
mantenha cativo, em culto.
Saber do
silêncio é imprescindível,
Principalmente
nos momentos de traição,
Quando eu
for trocá-la por poemas e cores.
Ter ciúmes
também é necessário, lógico.
O ciúme é o
aroma do amor,
Mas sempre
tendo em vista
Que cheiros
fortes enjoam, dão azia.
Assim posto
os dotes exigidos,
Mais
unzinho, o principal:
Que me ame,
ou pelo menos
Que tenha
encontrado em mim
O seu pedaço
que faltava.
Francisco
Costa
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