terça-feira, 30 de julho de 2013

APAGÃO

Se há alguma coisa capaz de impor ódio
E criar germe de terrorismo em mim,
Simples vítima, como toda a gente,
De quadrilhas organizadas no poder,
É ter a interrupção de energia elétrica
Fazendo-se atestado de impotência
Diante de um monstro voraz e carniceiro.

Terminamos um poema, nos identificamos,
E a burocracia estatal o deleta, a tecnologia
De terno e chapa branca o apaga, põe fim,
Como acaba de acontecer agora, e dá ódio.

Ora, porque não o salvou, perguntará um;
Porque não faz com cópia, afirmará outro.
Não houve tempo de salvar, a maldição
Se abateu quando eu o datava, pronto
Para salvá-lo, para postá-lo.

FHC, que satanás o tenha o mais breve,
Privatizou o sistema energético
Argumentando da nossa incompetencência
Para administrá-lo, o que me convence
Que apagão multinacional é mais importante.

Deve ser por isso que nos dias das mães
Os políticos vão às zonas,
Para serem abençoados.

Se a profissão as denigre é questionável,
Mas terem cagado vermes, não.

Francisco Costa

Rio, 30/07/2013.

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