Vou aos
poemas como quem vai à praia,
Pronto para o
mergulho, para a imersão
Num oceano
de palavras, ora mansas,
Em marés e
marolas de puro encanto,
Ora em
agressividade de maremoto,
Tsunamis,
ressacas, agressividade
De revolta
disfarçada fenômeno natural.
Enquanto me
decido, distraio-me na areia,
Anteparo de
sonhos, branco papel
Esperando as
digitais do mar
Impondo lambidas
de salsugem e maresia.
Pontuação
intrusa, escrevem-se passageiros
Corpos nus,
em bronze de sol amanhecido
Em salpicos
de cintilações sobre o mar.
E há a
brisa, matinal ordenação do momento,
Sustentando
o voo das gaivotas, embalando
O ritmo das
folhas de palmeiras e coqueiros
Completando
esse cenário de poema
Que se
anuncia necessário, impondo que,
Subalterno,
subtraído de mim mesmo
Eu me
anuncie parte do mar.
Francisco
Costa
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