Evangelizem-me,
preciso disso.
Evangelizem-me
estendendo as mãos
Aos tombados
nas sarjetas e meios fios,
Os que viram
as orações morrerem de fome.
Evangelizem-me
consolando a mãe aflita
Porque o
filho jaz numa poça de sangue,
Vítima
direta do sistema que o fez bandido,
Ou indireta,
porque fabrica bandidos.
Evangelizem-me
tirando justos das cadeias,
Para que
sobrem vagas para os que os puseram lá.
Evangelizem-me
dividindo, mais que pedindo.
Evangelizem-me
pelo exemplo
E não por
pregações vazias, despropositadas,
Devidamente
remuneradas.
Evangelizem-me
nas greves e passeatas,
Nos
hospitais e penitenciárias,
No prato de
sopa do que tem fome.
Nada de
perorações na tevê
Com números
de contas bancárias
Para eu
depositar na conta do Senhor.
Menos nos
púlpitos, diante
De rebanhos
apascentados.
Não tentem
me convencer a idolatrar pastores,
Padres,
artistas gospel, versículos soltos,
Fora de
contexto, postados na internet.
Apresentem-me
a divindade pela razão
Porque ainda
não vi montanhas removidas pela fé.
Quero uma
divindade única, compartilhada,
E não esta
que querem me apresentar,
Emprestada.
Evangelizem-me,
preciso disso.
Francisco
Costa
Rio,
30/07/2013.
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