terça-feira, 2 de julho de 2013

COMO SE FORA RÉQUIEM

Pra Sonia Costa, in memoriam.

Revendo o meu arquivo de emoções
Encontrei o teu rosto,
Lua rosada em início de noite.

Memória a postos, tateei lembranças,
Rastreei momentos, enlevado e doce,
Profanação ao homem duro e triste
Que hoje ostento em cansaço e tédio.

Eras extensão do todo, de tudo,
Partícula de cada coisa em teu rosto
De lua rosada em início de noite.

Tivesses enluarado os meu caminhos,
Hoje eu não seria esse caçador cansado,
Esperando luas mortas no verão passado.

Triste perseguir na busca de amanhãs
Quando nos sabemos parcial, pedaço,
Porque uma parte se perdeu no passado.

Mais triste sustentar a caminhada
Sabendo que o tempo é irreversível,
Cochichou em meu ouvido: voltar, não.

Francisco Costa

Rio, 02/07/2013

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