sábado, 20 de julho de 2013

DEPRIMIDO

Perdido do que não sei, esquecido
Antecedo-me estranho, diferente.

Agora, só a estranheza, o não saber,
O vazio de pretensões, sem vontades,
Mero vegetal plantado na paisagem,
Alheio e mudo porque já não me basto.

Passivo observo-me como se a outro.
Eu não me queria assim, triste e só,
Contabilizando perdas e abandonos,
Mera máquina desligada no passado.

Amputado de mim, fiquei no que fui,
Reduzido agora à escrita permanente,
A esse digitar frenético onde me busco.

Falaram que amanhã fará sol.
Tomara. Velórios com chuva são tristes.

Francisco Costa

Rio, 10/10/2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário