Será que
nasci só pra isso,
Tornar-me
salvaguarda do posto,
Barricada em
defesa do ontem,
Provedor do
que não se quer novo?
Basto-me
correndo mercados,
Com o corpo
exposto em balcões,
A alma
alienada a crenças doentias
Mastigando o
meu livre arbítrio?
Pode a
insignificância e o pouco
Ser ainda
menor do que é,
E o homem,
esse acidente cósmico
De tão curta
e efêmera duração,
Ser eixo e
razão de qualquer coisa?
Abortaremos
o futuro, os amanhãs,
A machados,
bombas e queimadas,
Ou darwinianamente
nos adaptaremos
Ao fogo e à
fome, às insacidades?
Se se podem
postadas as mãos,
Em preces e
agradecimentos,
Abraços de
boas vindas,
Porque
postas em conchas,
Pedindo,
implorando, esperando
Realizações
de sonhos e comida?
Que estranha
racionalidade é essa
Que não
aprende, cataloga informações
Em arquivos
formatados para esquecer
Ou pelo
menos não por em prática?
Que
estranhas religiões são essas,
Apartando,
individualizando,
E
contraditoriamente apontando
Pai único,
destino comum?
Definitivamente
e mais que provado:
O homem é um
inseto que não deu certo.
Francisco
Costa
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