Esteta do
absurdo, releio o mundo
E o fixo em
versos, nunca reais.
Poemas não
sangram como sangram
Corpos
meninos, anteparos de bombas,
Corpos
femininos, reparos de prazeres.
Não tenho
como desmatar meus versos
E promover
queimadas nas estrofes.
Um ponto não
é um tiro, nem rajadas
As
reticências. Meus poemas são quietos,
Silenciosos,
frustrados na pretensão
De anunciar
o caos nosso de cada dia.
Palavras
limitam, são farsas digitadas
Propondo-se
traduzir realidade.
Meus poemas
alertam, as vezes
Entediam ou
convidam à festa,
Mas não
passam de palavras,
A realidade
é sempre maior.
Meus poemas
só insinuam.
Não falam,
não gozam, não choram.
Francisco
Costa
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