Em palidez
cadavérica
O morto
espreita a eternidade.
Agora, de
pertences só as flores,
Cochichos em
voz baixa, a redor,
A
impertinência de uma mosca
E os
inventariantes atentos.
Dele muito
dizem, muito se dirá.
Esmiuçado
nas memórias,
Ressuscitarão
sorrisos e lágrimas,
Delineando
seus passos diários
Quando
partilhava o cotidiano.
Canonizado
por uns, satanizado
Por outros,
será só matéria
De
lembranças tortas, incompletas.
Ninguém
navegou em seu coração
Ou percorreu
os labirintos e becos
De sua mente
em atividade,
Quando exercício
de opções,
Trânsito na
vida em curso.
Reduzido a
opiniões e palpites,
Desprovido
da própria essência,
Em palidez
cadavérica
O morto
espreita a eternidade.
Francisco
Costa
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