terça-feira, 9 de julho de 2013

MERGULHO EM TEU CORPO

Submerso em teu corpo,
Em mergulho radical,
Já não me sei se no mar,
Em mim, em ti, no espaço.

Há a vertigem, ausência
De peso e sentidos,
Torpor do alheio e distante,
Em provimento do instante.

Com a umidade do mar
No entanto és tudo:
Ausência de parcimônia,
Rompidas contenções,
Embate de contrários
Em cósmicas explosões
De orgasmos e amanheceres.

Tudo em ti purga, lateja,
Como as ondas na areia,
O faiscar de estrelas.

Rendido, deixo-me levar
Nesse mergulho que não sei
Se no espaço, se no mar.

Francisco Costa

Rio, 09/07/2013.

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