sábado, 20 de julho de 2013

CARNAL FRUTO

Sorvo-te o suculento corpo
Como crianças sorvem doces
E as flores se embriagam de orvalho.

Melíflua e tenra, dissipas horas
Quando concentrada no que não sei,
Inaugurando-me curiosidade e espera.

Como pássaro erguido da primavera,
Deslumbras só pelo fato de existires,
Sem que eu pergunte de onde, para onde,
Reduzido a tua sombra, tatuagem...
Qualquer coisa que jamais será apartada.

Quero-te como se querem frutos as flores,
Como se querem ninhos de novas flores
Os frutos, suculentos e tenros,
Como o teu corpo.

Francisco Costa

Rio, 04/07/2013.

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