Hoje quero
escrever o poema mais lindo
De tantos
que já escrevi.
Que tenha em
si insonhadas cores de galáxias,
Cantos de
pássaros, sorrisos infantis
De refeições,
brinquedos no chão da sala,
Ansiedade de
menina moça sonhando sexo,
Cristalinas lucilações
da água nas cascatas
Inundando
retinas tontas, surpresas, atentas.
Devo
temperá-lo com um violino em diálogo
Com
guitarras em blues, próximo ao mar,
Em arremate
de som das ondas no litoral,
Sinuosidades
e curvas insinuando prazeres
Que dormitam
no corpo da mulher amada.
Uma pitada
de sol, claro, e brisa, muita brisa
Sustentado
uma pluma amarela sem destino,
Fugida de
algum ninho para se fazer movimento,
E um
tortuoso caminho de pedriscos e seixos,
Ladeado de
margaridas e borboletas baldias
Esperando o
meu poema, longa escadaria
Entre o
projeto e a obra, de degraus interditos
Porque nunca
passo do primeiro,
Frustrado
passageiro de avião
Sonhando-se
pássaro, inseto,
Qualquer
coisa que voe.
Francisco
Costa
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