sábado, 20 de julho de 2013

EM DESESPERO

Sorriso estampado,
És farsa, disfarce
Ao que se põe desnudo
Quando distante.

Peçonha na saliva,
Tens beijo de morte
Desempenho falso
Dedicação nenhuma.

Minerais desejos,
Talhados duros e frios,
Finges de calor e fogo,
Macios, de aconchego.

Que passado escondes?
De que pesadelo
Te alças, soberana,
Para semear desespero?

Que de humana em ti,
Reduzida à alternância
De sorrisos poucos
E lágrimas sempre?

Que fazer para me livrar
Se diante de tudo isso
Me recuso ser só parte,
Ainda que a outra parte

Seja um pedaço doente,
Cancerado, em agonia
Mas meu, visceral,
Impedindo-me a morte?

Francisco Costa

Rio, 03/07/2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário