Sempre
pronto aos versos,
Ela não me
entende outro
Quando
diferente e cotidiano,
Exigindo-me
inspiração permanente
Em renúncia
às solicitações do mundo.
Eu sou dois,
entende? Um é esse,
O que
passeia, corre mercados,
Recebe
moedas e passa troco,
Enviúva a
cada não e se põe displicente
A tudo
sempre que uma fêmea passa.
Já ele é o
outro, o que viaja estrelas
E se encarna
pássaro em voo,
Sem as
amarras da carne e do tempo,
Habitando
todos os corpos,
As vezes em
luta, as vezes em orgasmos,
Mas sempre
cúmplice solidário
Soletrando o
verbo somos um.
Se levo meu
corpo a uma passeata
Ou abandono
deitado em uma cama,
É só para
que ele lá esteja.
Não exija
que ele fique aqui em sua sala
Nem me peça
para acompanhá-lo.
Por amor
prometo ficar, e me entregar
Para sempre,
em todos os momentos,
Mas dele só
posso dizer... É o que decide.
Francisco
Costa
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