Sonho?

Sonho?

Me sonhei no meio de uma explosão.

Silenciosa, era pura luz em cacos de cores,

cintilações, formas inusitadas caindo,

se espalhando sobre os cobertores.

Provei do mel, e ele era doce e viscoso,

jorrava num manancial permanente

de crateras jamais supostas, de carne.

E havia anjos, e cânticos e aves canoras

ornamentando o meu espanto.

E me vi doce, aquele mel.

E me vi luz, aquelas cores.

Só que sensações assim são breves,

não cabem muito porque intensas,

grandes demais para o entusiasmo.

E então acordei em risos e descobri

que não foi um sonho, foi orgasmo.

Francisco Costa

Rio, 14/01/2013.