terça-feira, 7 de maio de 2013

SÓ UMA MULHER


É uma mulher, só uma mulher,
não mais que uma mulher,
quando, fêmea em ânsia
se debruça em si e, só mulher,
inaugura tudo, o mundo.

Fosse mais, seria comum, trivial,
um detalhe a mais nas horas,
mera flor entre flores, baldia,
quase anônima, disfarçada, igual.

Mas não! Essa é só uma mulher,
corpo e mente, sentidos, tudo
posto na consecução do momento.

Terminado o ato, ela se veste e,
senhora, mamãe, igual a todas,
imersa em respeito, considerações,
finge ter esquecido abandonada
morta, aquela mulher adormecida
sorrindo ainda em minha cama.

Francisco Costa
Rio, 22/02/2013.

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