E se os que
correm pelas ruas
e malham nas
academias,
esculturando
o corpo que o tempo vai modificar,
fossem para
as bibliotecas
amealhar
coisas que o tempo vai deixar?
E se os que
usam os dedos em gatilhos,
espalhando
medo, humilhação e dor,
usassem em
teclados para digitar poemas
em
permanentes partilhamentos de amor?
E se o
supérfluo não fosse tão essencial
e o
essencial tão negligenciado,
a saciedade e a satisfação, a abundância
tombariam
para que lado?
E se
deixássemos Deus em paz, sem a tortura
dos rogos
fúteis de mais um carro, emprego,
ajuda em
brigas, uma colinha na prova do aluno
e nos
preocupássemos com coisas úteis,
como a
comunhão do bem e o culto à fartura?
E se fizéssemos
do respeito e da solidariedade
o pão nosso
de cada dia em cada dia,
de cada
encontro uma oportunidade de poesia?
Certamente o
mundo não se tornaria um paraíso,
mas
ouviríamos bem menos o clássico “eu preciso”.
Francisco
Costa
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