Sabe essa
roseira? É a mais velha do jardim.
Conhecedora
de todas as intempéries,
sabendo
exatamente das diferenças postas
entre o sol
e as tempestades, segura
dos segredos
das chuvas e da irrigação,
é a que em
mais abundância floresce.
Suas rosas
diferenciam-se porque aprendeu
a posição
exata de cada ramo, teve tempo
de decorar a
monotonia da trajetória do sol,
por onde lhe
apontam os ventos, o frio.
Só que é uma
roseira egoísta, não se permite
ao corte,
não cede flores, fechada em si,
sem se
prolongar em jarras, floreiras, olhares,
corações.
Equivocada, pensa negar ao próximo
a negação
que faz a si,roseira solitária e triste,
trancada em
flores, florindo para ninguém.
Mede-se não
pela exuberância da floração,
não pela
beleza posta em cada flor,
mas
comparando seu tempo com o tempo
da roseira
vizinha ao lado, bem mais nova
mas de
flores poucas e pequenas, baldias,
sem a rósea
sabedoria dela chorando pétalas.
Francisco
Costa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário