Ah! Os
dogmáticos, essas mariposas
presas em
círculos, orbitando
a lâmpada
das suas próprias verdades,
sem
desconfiarem que fora da órbita
existem
flores e mais lâmpadas
porque
múltiplas na construção do mundo.
Ah! Os
dogmáticos da Santa Inquisição,
das
Cruzadas, da escravidão, algozes
de Galileu
Galilei e Giordano Bruno,
E que
geraram filhotes, espelhos
Em Reichs,
ditaduras, stalinismo.
Ah! Os
dogmáticos, esses autofágicos,
autonutrindo-se
das próprias verdades,
sem
questionamentos, sem comparações
porque
íntimos de Deus, que segredou-lhes
intenções e
propósitos, segredos, vontades.
Ah! Os
dogmáticos, aparentes cordeirinhos
rugindo
quando ameaçados de escombros
os seus
castelos de cartas, de areia na maré.
Ah! Os
dogmáticos, em vãs tentativas a toa
de
imobilizar a história nas amarras do tempo,
e
ressuscitar lázaros perfeitamente pós,
devidamente
enterrados, sumidos.
Ah! Os
dogmáticos cuidando homens, vontades,
como
marionetes nos cordões das teorias,
solícitos e
vulneráveis a seus ditames teóricos
em
exercício, insistindo retorno ao que já foi.
Ah! Os
dogmáticos, imposturas com receitas
prontas e
terapias exatas para dores desconhecidas,
arquitetos
do já demolido, poetas escrevendo versos
que se
querem silenciosos e escuros,
sobrevivendo
só como impossibilidade
de
existência no real.
Francisco
Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário