Vinham, pai
e filho, nas trilhas úmidas
de uma serra
de frondes e sombras.
Súbito
depararam-se com cogumelos
tecidos em
creme com manchas,
borrões em
vermelho exuberante
exuberando o
momento na serra.
- Pai, que
lindo esses chapeuzinhos
pousados nos
troncos apodrecidos!
- São
cogumelos, meu filho, fungos,
os lixeiros
da natureza, trabalhando.
- Lixeiros, papai?
E bonitos assim?
- Sim.
Alimentam-se da podridão,
do fétido,
dos rejeitos, da morte.
- Mas tão
bonitos assim, papai?
- Sim, meu
filho, como podes ver,
mesmo o pior
e o inimaginável
pode se
mostrar em beleza e cor.
E o segredo
de ver assim
é cultivar a
inocência
ou ter olhos
de poeta.
São,
cogumelos, meu filho.
Francisco
Costa.
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