Como não me
entregar, rendido,
Em
capitulação ao teu corpo,
Manancial de
gozo e prazer
Ao que se
faz inexistência
Se não em
ti?
Como me
fazer avesso
Ao que
encanta e seduz,
Habita carne
e músculos,
Vontades, em
mansidão
De alheia e
longe, distraída,
Com arfares
e gemidos recolhidos,
Só esperando
a oportunidade
De explodir,
inundar tudo,
amanhecida
em mim?
Pouco sei
dizer de amor,
Menos
declarar paixão,
Senão com o
corpo, em silêncio,
Como uma
gaivota bêbada,
Tomada em
licores de brisa e sol,
Em delírio
de espaço e movimento,
Certa de que
o mar a espera
Embaixo,
para mais um mergulho
Definitivo,
como se fosse último.
Como então,
não me entregar,
Rendido, em
capitulação
Ao teu
corpo,
Manancial de
gozo e prazer?
Como, como
declinar da vida
E me tornar peregrino,
Vulnerável e
frágil menino
Te
esperando, medida exata
Desse amor
que me devora.
Vem! Vem,
senhora.
Sem demora!
Meu corpo chama,
Reclama... Te
chora.
Francisco
Costa.
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