Que me
importa se a fumaça esconde o sol
e os dias,
cada vez mais, se tecem escuros,
nublando tudo em apreensão e doenças?
Eu toco
tuba.
E daí o
menino de mãos postas na carência,
a menina
barriguda que em si gesta medo,
o velhote
dormitando no banco da praça,
sonhando
famílias e pratos de sopas quentes?
Eu toco
tuba.
E lá quero
saber de crises econômicas, guerras,
passeatas de
anônimos miseráveis chorando
feridas,
sangrando necessidades, líricos
como urubus
no repasto?
Eu toco
tuba.
Por favor ,
não me venha falar de políticos,
de funerais,
declinar essa indignação tola,
infantil,
sobre mim. Guarda tuas dores.
Eu toco
tuba.
E que se
dane a mulher que se foi, outra vem.
Estes teus
versos também. Quanta frescura
de
sentimentalóide inventando dores,
quanta falta
do que fazer, quanto ócio.
Vai procurar
uma tuba!
Francisco
Costa
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