Faz quaresma
em mim. Já não me sei
de sorrisos
fáceis, amanheceres cedo,
propensão a
poemas leves, distraídos.
Há
suspeitas, apreensões, desconfianças
de temporais
prestes, vendavais próximos,
como
predadores inexoráveis em tocaia,
se
aproximando.
É tudo
sombrio e triste, descolorido,
em mimetismo
com o escuro.
Já não sei
de poemas sorrisos
nem de
amores consumados,
amanhecidos
em beijos e olhares.
Paira,
pedindo-se eterna, uma lágrima.
Atrás das
cortinas o sol destoa com força,
anunciando
primaveras que não verei.
Faz quaresma
em mim. Já não me sei
o de ontem, esquecido
nas dobras
de
suposições entrevistas no que vem.
E o que vem,
não sei.
Francisco
Costa
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