terça-feira, 7 de maio de 2013

ELA É ÁGUA


Ela é água, e como a água
mobiliza-se mudanças
a todo o instante.

Às vezes flui, mansa e doce,
como se num riacho
de leves curvas na planície.

Enciumada, encachoeira-se
e se faz corredeiras rápidas,
tempestuosas pondo perigo.

Alheia, pensativa, em si
é simples poça, resto de chuva,
remanso de mansietude
imune a ventos e sóis.

Vaidosa, evapora-se,
faz-se nuvem longe,
até voltar temporal
no meu ciúme ventania.

Zangada, torna-se polar,
gelo/neve/granizo
em pleno inverno na cama.

Mas despida é tudo isso
e mais: oceanos e mares
onde me mergulho inteiro
nela, toda a água
do mundo me afogando.

Francisco Costa.
Rio, 19/01/2013.

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