Com furor
uterino
ela rompe
tardes, noites a dentro,
ostentando-se
carne em cio,
demolindo convicções,
certezas
postas a
seus pés, flutuando.
Às vezes,
imaterial, etérea,
paira
prazeres inauditos
escondidos
em suas curvas,
inaugurando
caminhos de surpresas,
mutando-se
sempre a cada toque.
Puro ritmo,
inaugura concertos, bailes,
com o corpo
em permanente dança,
às vezes
mansa, num bolero cadenciado,
dois pra lá,
dois prá cá, suave e doce,
para
explodir no momento seguinte
em puro
rock, contorcendo-se louca,
elástica
serpente em inusitados ais.
Logo é
valsa, saudade não sei de que
rodopiando
na cama, entre suspiros
resgatados e
gemidos presentes,
para se
render, vagabunda a toa,
num funck de
rua, atrevida e indócil.
Ela é assim,
surpreendência nua
inaugurando-se
outra a cada vez.
Musa e fada,
puta e freira
fecundando
poemas e sorrisos que
delicadamente
ponho a seus pés.
Francisco
Costa
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