Quero te
beijar com a sofreguidão
do sedento
na fonte, em sol pleno,
em pleno
verão, incisivo e claro,
permanente,
lambendo a manhã.
Não um
beijinho apenas, rápido,
despretencioso,
coisa pouca diante
do que se
anuncia para sempre.
Menos mero
toque de lábios,
simples
roçar de peles,
só um abraço
de bocas.
Quero um
beijo de verdade,
em que
lábios e línguas
tornem-se
gritos calados,
eloquência
de corpos cansados,
redivivos
ansiando-se tudo
porque em
tudo consumado.
Que sendo
beijo seja orgasmo,
ainda que
escondido, disfarçado.
Francisco
Costa
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